A rebeldia revolucionária dos anos 60 e 70 serviu para mudar toda a sociedade global. Não é possível imaginar o que seria a convivência social hoje em dia, sem considerar certas influências trazidas dessas duas décadas. Nelas foram fortalecidos muitos conceitos que são mantidos e respeitados até os dias de hoje, como a iguldadade social entre pessoas de raças diferentes e entre homens e mulheres, a liberdade sexual (principalmente com o surgimento da pílula anticoncepcional) e a luta por direitos políticos e liberdade de expressão.
Tudo isso aconteceu, graças a uma explosão de criatividade, cultura e inconformismo e de uma alteração no comportamento individual, de tamanha complexidade, que até hoje é difícil saber qual desses movimentos e comportamentos sofreram influências ou influenciaram.
A rebeldia dos jovens marcou essas décadas e todos os veículos de comunicação dessa época só falavam das manifestações causadas por 519 milhões de inconformados.
Descrentes de tudo aquilo que herdaram de gerações passadas, criaram um máximo denominador comum: o NÃO. E a forma de dizê-lo era a ação. A juventude mostrava sua cara e sua rebeldia com cabelos compridos, caras e roupas sujas, pés descalços e muita música estridente, ou assumiam a forma mais ameaçadora, de uma pedra na mão e uma idéia revolucionária na cabeça. Tudo isso para bater de frente com tudo aquilo que a sociedade lhes empurrava, obrigando-os a aceitarem.
Uma outra face da juventude surgia, meio diferente daquela que ostentava a violência, esta surgia de forma clandestina e dissimulada, sendo captados seus indícios, de forma lenta. Em 1960 foi descoberto por uma pesquisa, que 80% dos alunos da Universidade de Harvard consideravam as religiões tradicionais vazias e que não os ajudava a encontrar a verdade. Um ano depois, Timothy Leary, professor de psicologia da mesma universidade, dando continuidade à sua pesquisa, aplicava doses da mescalina, tirada de um tipo de cogumelo mexicano, em 400 estudantes voluntários que procuravam experiências místicas. Dessa substância, Leary passou a usar um outra ainda mais poderosa: o LSD, que iria acompanhar grande parte da juventude das décadas de 60 e 70. Em pouco tempo, o número de jovens interessados na experiência cresceu assustadoramente. Esses jovens apresentavam uma indiferença em relação aos outros. Eram contra a violência e detestavam a sociedade e pretendiam se afastar dela cada vez mais. Negavam a religião, mas buscavam Deus no misticismo oriental.
Em pouco tempo o LSD já era conhecido das grandes faculdades americanas, mas o escândalo só explodiria quando Timothy Leary foi expulso de Harvard e apelou para a justiça em nome da ciência. Com isso, em menos de uma semana, todos tomaram conhecimento de suas experiências e Leary foi preso, confessando ter aplicado LSD em mais de mil pessoas; metade delas, de formação religiosa, incluindo padres e ministros protestantes. Dessas pessoas, 75% afirmaram terem atingido um estado místico religioso intenso e mais da metade disseram que realizaram a experiência mais profunda e real de suas vidas.
Essas experiências abriram as portas para o movimento Hippie, que além de pregar o amor livre e a igualdade social, era totalmente contra qualquer manifestação de violência.
Mas, paralelamente, um problema iria assumir proporções internacionais também a partir de 65. A cada dia, mais estudantes do mundo inteiro substituíam a rotina das aulas pelas greves, manifestações, protestos e ocupações de faculdades.
Seus grupos se multiplicavam e os choques com a polícia eram cada vez mais inevitáveis e freqüentes.
Os protestos eram contra a guerra do Vietnã, contra o racismo, pela paz, pelos subdesenvolvidos. Com isso, vieram os ídolos: Che Guevara, Beatles, Jim Morrison, considerados pelos jovens justamente por contestarem o sistema.
As cores gritantes e os cabelos compridos eram uma forma de exibir o pensamento dos jovens contra tudo que a sociedade apresentava e mostrar o novo. Frases eram criadas como lemas para mostrar a opinião dos jovens a respeito de tudo o que se passava. De sua revolta ("a sociedade é uma flor carnívora"), do seu lirismo ("o tédio está chorando"), de sua poesia ("eu me liberto nas pedras da rua"), de sua afirmação ("as liberdades não se exigem; são tomadas"), de suas ambições ("a imaginação no poder"), de sua liberdade ("é proibido proibir").
Nesse espírito, em 1969 aconteceu o festival de Woodstock, onde centenas de milhares de pessoas se reuniram para falar de paz, de música e para viver dias de completa liberdade.
A música foi uma forma de “revolta” contra o sistema. Letras que ironizavam e ridicularizavam o poder político lembravam a insatisfação popular. Por isso não é difícil achar em músicas de artistas da época (no Brasil:Caetano Veloso, Chico Buarque, Mutantes, etc. Em outros países: Pink Floyd, Bob Dylan, The Doors, etc), letras que criticam o sistema, por isso muitos foram presos. A música também teve ligação direta com o movimento "Paz e Amor". Artistas como Beatles e Jimi Hendrix contribuíram para acalmar a juventude com canções que pregavam o amor e a igualdade. John Lennon é até hoje considerado um dos maiores lutadores pela paz.
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