sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Revolução Jovem

A rebeldia revolucionária dos anos 60 e 70 serviu para mudar toda a sociedade global. Não é possível imaginar o que seria a convivência social hoje em dia, sem considerar certas influências trazidas dessas duas décadas. Nelas foram fortalecidos muitos conceitos que são mantidos e respeitados até os dias de hoje, como a iguldadade social entre pessoas de raças diferentes e entre homens e mulheres, a liberdade sexual (principalmente com o surgimento da pílula anticoncepcional) e a luta por direitos políticos e liberdade de expressão.

Tudo isso aconteceu, graças a uma explosão de criatividade, cultura e inconformismo e de uma alteração no comportamento individual, de tamanha complexidade, que até hoje é difícil saber qual desses movimentos e comportamentos sofreram influências ou influenciaram.
A rebeldia dos jovens marcou essas décadas e todos os veículos de comunicação dessa época só falavam das manifestações causadas por 519 milhões de inconformados.

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Descrentes de tudo aquilo que herdaram de gerações passadas, criaram um máximo denominador comum: o NÃO. E a forma de dizê-lo era a ação. A juventude mostrava sua cara e sua rebeldia com cabelos compridos, caras e roupas sujas, pés descalços e muita música estridente, ou assumiam a forma mais ameaçadora, de uma pedra na mão e uma idéia revolucionária na cabeça. Tudo isso para bater de frente com tudo aquilo que a sociedade lhes empurrava, obrigando-os a aceitarem.

Uma outra face da juventude surgia, meio diferente daquela que ostentava a violência, esta surgia de forma clandestina e dissimulada, sendo captados seus indícios, de forma lenta. Em 1960 foi descoberto por uma pesquisa, que 80% dos alunos da Universidade de Harvard consideravam as religiões tradicionais vazias e que não os ajudava a encontrar a verdade. Um ano depois, Timothy Leary, professor de psicologia da mesma universidade, dando continuidade à sua pesquisa, aplicava doses da mescalina, tirada de um tipo de cogumelo mexicano, em 400 estudantes voluntários que procuravam experiências místicas. Dessa substância, Leary passou a usar um outra ainda mais poderosa: o LSD, que iria acompanhar grande parte da juventude das décadas de 60 e 70. Em pouco tempo, o número de jovens interessados na experiência cresceu assustadoramente. Esses jovens apresentavam uma indiferença em relação aos outros. Eram contra a violência e detestavam a sociedade e pretendiam se afastar dela cada vez mais. Negavam a religião, mas buscavam Deus no misticismo oriental.

Em pouco tempo o LSD já era conhecido das grandes faculdades americanas, mas o escândalo só explodiria quando Timothy Leary foi expulso de Harvard e apelou para a justiça em nome da ciência. Com isso, em menos de uma semana, todos tomaram conhecimento de suas experiências e Leary foi preso, confessando ter aplicado LSD em mais de mil pessoas; metade delas, de formação religiosa, incluindo padres e ministros protestantes. Dessas pessoas, 75% afirmaram terem atingido um estado místico religioso intenso e mais da metade disseram que realizaram a experiência mais profunda e real de suas vidas.

Essas experiências abriram as portas para o movimento Hippie, que além de pregar o amor livre e a igualdade social, era totalmente contra qualquer manifestação de violência.

Mas, paralelamente, um problema iria assumir proporções internacionais também a partir de 65. A cada dia, mais estudantes do mundo inteiro substituíam a rotina das aulas pelas greves, manifestações, protestos e ocupações de faculdades.
Seus grupos se multiplicavam e os choques com a polícia eram cada vez mais inevitáveis e freqüentes.

Os protestos eram contra a guerra do Vietnã, contra o racismo, pela paz, pelos subdesenvolvidos. Com isso, vieram os ídolos: Che Guevara, Beatles, Jim Morrison, considerados pelos jovens justamente por contestarem o sistema.

As cores gritantes e os cabelos compridos eram uma forma de exibir o pensamento dos jovens contra tudo que a sociedade apresentava e mostrar o novo. Frases eram criadas como lemas para mostrar a opinião dos jovens a respeito de tudo o que se passava. De sua revolta ("a sociedade é uma flor carnívora"), do seu lirismo ("o tédio está chorando"), de sua poesia ("eu me liberto nas pedras da rua"), de sua afirmação ("as liberdades não se exigem; são tomadas"), de suas ambições ("a imaginação no poder"), de sua liberdade ("é proibido proibir").

Nesse espírito, em 1969 aconteceu o festival de Woodstock, onde centenas de milhares de pessoas se reuniram para falar de paz, de música e para viver dias de completa liberdade.

A música foi uma forma de “revolta” contra o sistema. Letras que ironizavam e ridicularizavam o poder político lembravam a insatisfação popular. Por isso não é difícil achar em músicas de artistas da época (no Brasil:Caetano Veloso, Chico Buarque, Mutantes, etc. Em outros países: Pink Floyd, Bob Dylan, The Doors, etc), letras que criticam o sistema, por isso muitos foram presos. A música também teve ligação direta com o movimento "Paz e Amor". Artistas como Beatles e Jimi Hendrix contribuíram para acalmar a juventude com canções que pregavam o amor e a igualdade. John Lennon é até hoje considerado um dos maiores lutadores pela paz.

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